3 de abril de 2013

A Educação nossa de cada dia

por Douglas Weege

Todos pela educação? Tenho, particularmente, minhas dúvidas. As propagandas governamentais com relação a educação e outras "prioridades" de todo governo afirmam categoricamente seu investimento nas várias áreas (como educação, saúde, segurança, etc.) que a sociedade anseia e necessita de qualidade. Entretanto, como toda boa propaganda, percebemos um mundo de "faz de conta". Diga-se de passagem, os marqueteiros contratados são bons. O problema é que eles, políticos e marqueteiros, não cumprem o que mostram e o que mostram na maioria das vezes (a não ser em casos isolados) é algo fictício e fantasioso. O que fica visível, para quem está com os pés na escola rotineiramente, é a mísera e praticamente imperceptível estrutura que dizem dar a educação. Não, a culpa não é só do governo. Mas são eles, os governantes, que decidem o que fazem e o que deixam de fazer com o dinheiro de nossa sociedade. 


Mas o problema não é só material. Lidamos com outro muito mais sério: a falta de compromisso da família para com a educação de seus filhos. Existem ótimos pais, mães, tios, avós, etc. que cumprem com seu papel de acompanhamento, entretanto, estes são raros, mas, felizmente, conheço alguns. No entanto, a grande parte da população, infelizmente, com, por vezes, inúmeras desculpas, afirmam não ter tempo em seu cotidiano para um acompanhamento mais sólido quanto a vida estudantil e educacional de seu filho. O problema é que o tempo não volta e num futuro não muito distante, ou até no presente momento, esta falta de empenho que cabe, neste caso, somente a família fará/faz muita falta a vida do até então "estudante".

As consequências da falta de acompanhamento é evidenciada desde cedo. Vê-se, por exemplo, em crianças que não tem qualquer interesse no aprendizado de qualquer disciplina. Nota-se, por exemplo, com a completa indiferença existente com relação a informação e ao conhecimento. Percebe-se, por exemplo, através da, praticamente nula, transformação, evolução e amadurecimento com que cada educando se depara ao estar compromissado com as várias áreas do saber humano. Finalmente, visualiza-se, também, com a má relação e, até mesmo, falta de educação ou desrespeito para com colegas, professores e direção escolar.

No atual momento o que a escola necessita não são de tablets, lousa digital ou qualquer outra tecnologia que tenta suprir o desinteresse do educando. Todos estes itens são bem vindos, mas não são os salvadores da escola. O que a escola necessita é de uma reforma plena com relação ao engessado sistema pedagógico com que o Brasil está enfadado por algumas décadas. É preciso questionar e perguntar o motivo do desinteresse do educando. Por que ele não quer mais aprender? O que o motivou a isso? São as respostas dessas perguntas que nos auxiliarão a um ensino não enfadonho, mas sim, progressista. A estrutura física/arquitetônica da escola brasileira não é mais adequada e o método tradicional de ensino não é mais apropriado. Entretanto, o pior de todos os fatores não é falta de verba governamental, ou o ainda indigno salário dos professores, ou a estrutura física da escola e o método de ensino utilizado. Embora tudo isso possibilite e contribua para uma escola eficaz o fator preponderante para o bom andamento da escola é o acompanhamento da comunidade escolar (família) e a postura dos alunos. Portanto, sem a contribuição da família e sem a disposição de nossos educandos em aprender e se preparar como cidadão continuaremos com um aprendizado fictício e uma teatral formação.

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