11 de maio de 2021

Existem perguntas que não têm respostas, agora eu sei!

 

Não sei porque, mas no fundo eu acreditava que havia resposta para tudo. Provavelmente essa crença tenha relação com a minha formação (teológica e filosófica), que tende mesmo que sutilmente, no final das contas, responder até quando não responde.

Assumir uma falta de resposta para alguma questão sempre foi mais prudência, responsabilidade e gentileza do que efetivamente uma consciência de não ter o que dizer sobre boa parte das interrogações.

A sensação de mais cedo ou mais tarde encontrar uma explicação é boa e preenche de alguma maneira o incômodo com o não compreendido. Não digo isso no sentido de que havia uma pretensão soberba de responder a tudo e a todos, mas na direção de que internamente tinha a convicção de que em algum tempo seria esclarecido aquilo que era velado. Porém, estou mais do que nunca convicto da seguinte verdade:

- Existem perguntas que não têm respostas.

Esta noção se consolida num tempo de perda e de dor para muitas pessoas e comigo não é diferente. Perdi uma pessoa especial e não há qualquer explicação para a perda. O Giovani foi uma referência/exemplo na minha adolescência e continuará sendo para toda posteridade. Não por ser uma pessoa perfeita, ninguém é, mas por ser uma pessoa diferente. Uma pessoa diferente que fazia a diferença. E são as pessoas que fazem a diferença que fazem mais falta quando partem e nos deixam. Por que o mundo sem elas também já não é o mesmo. Existe a dor da sua falta e a alegria do seu exemplo.

É neste aspecto que nos resta se apegar. No exemplo de quem já não está mais conosco e que promoveu alguma diferença em nossas vidas, que nos marcou e, por isso mesmo, deixa muitas saudades. Eu tenho refletido e questionado o fato, mas também lembrado que a grande preocupação de meu amigo foi deixar um legado e isso, sem dúvida, como poucos, ele conseguiu. Que bom ter essa certeza! Que bom saber que isso o deixaria muito satisfeito e feliz!

A lição que fica não é nova, não é surpresa e é até clichê, a saber, que o que vale a pena na vida não são as posses, a posição social e mesmo se você alcança ou não o reconhecimento em vida (tenho certeza que por muitos ele recebeu), mas que a vida que a gente leva é uma vida que vale a pena ser vivida. Não tenho dúvidas que esta vida é a que o Giovani levou, pois é isso que marca a saudade segundo a convicção que tenho. Para tantas outras coisas, agora eu sei, existem perguntas que não têm respostas.

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