por Douglas Weege
Nesse sentido, é possível notar que, atualmente, estamos defronte uma série de lógicas. Isso é fácil de perceber quando olhamos para as teorias científicas. Para Karl Popper, devemos submeter as teorias científicas à prova dos fatos através de deduções lógicas (...) Ora, com pouco estudo neste campo é possível entender que as teorias são modelos pelos quais a “realidade” pode ser compreendida, ou seja, a teoria nunca é uma expressão perfeita da “realidade”. Dito isto, enfatizo aqui que no campo científico escolhe-se a lógica em detrimento de uma teoria e vice-versa.
Por isso, me aproximo muito dos princípios da lógica clássica, que tem por um dos seus principais pensadores Aristóteles, pois existe na lógica clássica um princípio fundamental a que quero me deter, isto é, o princípio da não-contradição. Segundo este princípio, uma proposição não pode em hipótese alguma ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Vamos entender melhor.
Se alguém diz: “João é brasileiro” e outrem pergunta: é verdade? Qual será nossa resposta? Ora, responderemos de acordo com o conhecimento que tivermos a respeito de João. Se tivermos a informação de onde João nasceu e se este local for uma cidade brasileira diremos que a frase e/ou afirmação é verdadeira. Não existe a possibilidade, segundo a lógica clássica, de dizermos para uma frase como esta que ela é verdadeira e também é falsa. Pode haver um caso de indeterminação, mas não nos deteremos aqui, quem sabe em outra oportunidade.
O princípio da não-contradição, lei da lógica clássica, é de fato um fundamento para além de discernir sobre a veracidade e falsidade das frases e proposições como as acima exemplificadas. É Óbvio que a Lógica Clássica lida com proposições bem mais complexas.
Existem lógicas que aceitam, sem qualquer problema, premissas contraditórias, mas, particularmente falando, penso ser isso bem problemático. À título de informação, a própria ciência moderna se utiliza dessas lógicas.
Com base em tudo o que falamos até aqui quero afirmar que há uma lógica também em nossas vidas. Não me detenho aqui a explicitar uma teoria, um modelo ou uma forma, mas uma lógica para se viver. Vejo que a lógica clássica, evidenciando fundamentalmente o princípio da não-contradição, nos expõe a séculos um modo de raciocinar e, mais do que isso, um modo de se portar, pois nos apresenta a Lógica da Vida.
Esta é uma, não no sentido de entre outras, que de outro modo poderíamos chamar de Lógica da Coerência, da Verdade e/ou da não-falsidade. Esta, mesmo sem tantos indícios matemáticos, como aquela, também é clássica. Não faz parte dos modismos de nossos dias. Não faz parte do relativismo exposto de nosso século. Não é para todos os gostos, mas para o bem de todos.
Atentemos, portanto, a coerência
A suficiência de ser o que se é
De não querer camuflar o ser
Em detrimento do querer
A Lógica da vida é esta da não-contradição
Que anda na contramão
De um mundo contraditório
Que diz ter razão quando nem sequer estende a mão
Pensemos na Lógica da vida
Busquemos a comunhão
Olhemos para o lado
Pois ali tem um irmão.
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